Quais as intenções da Microsoft com a compra do Linkedin?
Alguns detalhes do acordo
Em comunicado oficial, a Microsoft afirmou que pagou US$ 196 por ação ao Linkedin, totalizando US$ 26,2 bilhões. De acordo com o documento, a rede social “manterá sua marca, cultura e independência”, e seu atual CEO, Jeff Weiner, será mantido no cargo, reportando-se diretamente a Satya Nadella, CEO da Microsoft.Ainda segundo o comunicado, a compra foi aprovada por unanimidade pelos Conselhos de Administração de ambas as empresas. Agora, o acordo precisa ser aprovado pelos acionistas do Linkedin, bem como passar por aprovações regulamentares dos órgãos reguladores.
Microsoft cada vez mais focada em empresas
A compra do Linkedin mostra uma Microsoft cada vez mais focada em atuar no mercado corporativo, de onde ela já obtém boa parte da sua receita. Ao que tudo indica, a empresa quer integrar cada vez mais produtos para este ambiente e a rede social fará parte dessa estratégia.Hoje a maior fonte de receitas da Microsoft vem da divisão de cloud computing e servidoresE isso faz sentido. Para se ter uma ideia, atualmente, o Windows é apenas a quarta fonte de receita da Microsoft, respondendo por apenas 10% do seu faturamento. Hoje, a galinha dos ovos de ouro da empresa é a sua divisão de cloud computing (Azure) e servidores.
A segunda maior geradora de dividendos da empresa – e exceção ao cenário - é a unidade de games, puxada pela venda de Xboxes e de conteúdo no serviço online Xbox Live; a medalha de bronze fica por conta dos negócios gerados pelo pacote Office. E só depois destes três temos o Windows.
O mobile também vai pelo caminho corporativo
Depois de fracassar com o Windows Phone, a ponto de anunciar a demissão de 1.850 funcionários do departamento de telefonia móvel, a Microsoft também resolveu direcionar o que restou dessa divisão para os clientes corporativos.Para integrar a "parte mobile" nessa estratégia, a Microsoft usará, inicialmente, o Lumia 650 como carro-chefe. No entanto, um hardware mais “redondo” com o Windows 10 Mobile não chegará em 2016.
E isso inclui a integração do Linkedin, cujo tráfego proveniente de dispositivos móveis já chega a 60% do total de acessos.
E como o Linkedin entrará nessa estratégia corporativa da Microsoft?
Ainda é cedo para descobrir como a Microsoft pretende ganhar dinheiro com o Linkedin, e as declarações dos CEOs de ambas as empresas, que você vê no vídeo abaixo, não ajudaram muito. Mas podemos tentar prever alguns movimentos.O primeiro deles é que é possível que ferramentas de produtividade e comunicação da Microsoft sejam integradas ao Linkedin. No vídeo, Satya Nadella, CEO da criadora do Windows, diz ser “um profundo admirador da produtividade, a partir de ferramentas e instrumentos de comunicação e que pegar esses instrumentos e conectá-lo a uma rede profissional pode tornar a vida dos seus usuários mais bem sucedida”.
Podemos associar isso a um trecho do comunicado oficial sobre a aquisição que diz que “juntos nós podemos acelerar o crescimento do LinkedIn, assim como do Microsoft Office 365 e Dynamics enquanto nós buscamos empoderar cada pessoa e organização do planeta."
Além disso, com foco nas empresas que pagam para anunciar suas vagas no Linkedin, a integração com o Dynamics - a ferramenta de gestão de relacionamento com clientes (CRM) da Microsoft – também faz sentido. Com ela, as empresas clientes do Linkedin podem ter mais eficiência no compartilhamento de informações, segmentar candidatos, extrair e selecionar dados, entre outros recursos.
Enfim, parece que dentro da sua estratégia de negócios corporativos, a Microsoft pode ter comprado a parceira certa para expandir. Aguardemos os resultados dessa operação.
Fonte: androidpit.com.br