'Games são experiências como o cinema', diz Sam Lake, diretor criativo de Quantum Break

Ele é o Max Payne original (e se sente honrado por isso) e também é uma das mentes criativas por trás dos excelentes Alan Wake e Quantum Break -- que recebeu nota 9 no review do IGN Brasil. O fato é que nenhuma dessas histórias mirabolantes, cheias de suspense e com uma bota pitada de ficção científica desses jogos teria sido criada sem Sam Lake, o diretor criativo do estúdio Remedy. Para ele, games e cinema, sim, têm tudo a ver, estão no mesmo caminho e cada vez mais um "emprestará" elementos do outro. "Elementos dos games funcionam em outros meios", disse.
Em entrevista por email ao IGN Brasil, Lake falou direto do estúdio da Remedy, na Finlândia, e disse que Quantum Break é apenas um exemplo de um jogo que une game e elementos de cinema ou de seriado de TV. "Ele é um, certamente haverá outros exemplos. Nós da Remedy temos o conceito de que olhamos para um game como algo a mais".

Nós da Remedy temos o conceito de que olhamos para um game como algo a mais

Para ele, os filmes e seriados de TV vão buscar algo mais interativo em um futuro próximo, o que exigirá maior investimento dos estúdios.

Atuação digital e real

Quem jogou Quantum Break percebeu que os atores que encarnaram Jack Joyce, Paul Serene e tantos outros não atuavam apenas nas cenas do seriado de TV entre os atos do jogo, mas também usaram seus talentos para atuar durante o gameplay. Os jogadores puderam ver até expressões faciais de Shawn Ashmore, que interpreta o herói do game, durante o combate e conversas.

Irreverente, Sam Lake é o Max Payne original e criador de jogos como Quantum Break e Alan Wake

  "A Remedy investiu muito tempo e esforço na nossa tecnologia de personagens. Queríamos criar [os personagens] com o que existe de melhor em termos de tecnologia atual. Temos nosso motor de jogo próprio e ferramentas, além de termos criado nosso próprio laboratório de scanner com um estúdio de captura para os rostos dos atores, obtendo sua performance. Com o gameplay e o seriado live-action andando lado a lado dentro da experiência, isso nos forçou a aprimorar nossa tecnologia de jogo para criar versões digitais críveis".

Aqui na Remedy, não estamos excluindo a possibilidade de lançar nossos games em episódios no futuro."

Para criar o game com esse nível de qualidade de atuações, foi importante ter uma boa história. Sam Lake conta que os seriados de TV atuais foram a inspiração de Quantum Breal em termos de estrutura da narrativa e ritmo do roteiro, bem como a construção dos personagens.
De Volta para o Futuro e O Exterminador do Futuro foram a inspiração para o roteiro de Quantum Break, mas também foram contratados cientistas para prestar uma consultoria. Assim, o game respeita as teorias de viagens no tempo.

Games em episódios

Quantum Break é dividido em 5 atos e, com uma boa quantidade de jogos divididos em episódios, perguntamos qual o motivo de o título do Xbox One não seguir essa tendência.
"Quantum Break é dividido em episódios. O método de distribuição está nas mãos da nossa produtora, a Microsoft Studios. Sou um grande fã da Telltale Games. Eu ainda não joguei o novo Hitman, mas ele me parece muito interessante. Aqui na Remedy, não estamos excluindo a possibilidade de lançar nossos games em episódios no futuro."

Fonte: br.ign.com